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Os problemas associados à sobrepopulação de “gatos de rua”

 

   A sobre-população de gatos em determinadas zonas tende a causar queixas diversas por parte da “vizinhança humana”, entre as quais o barulho, especialmente nas épocas de cio das gatas (miados, lutas entre machos…); invasão de propriedade privada (gatos que urinam, defecam ou escavam no jardim/quintal de alguém); agressão a gatos com dono...

 

   O aumento das zonas de construção tende a acentuar este tipo de “conflito”. São frequentes os apelos que recebemos dando conta de situações em que os gatos deixam de ser bem-vindos ao território que anteriormente ocupavam: casas abandonadas que foram recuperadas, terrenos baldios que foram construídos, estradas que se construíram onde antes era um sítio pacato…

 

   Por outro lado, na cidade os gatos estão sujeitos a maiores perigos, nomeadamente o tráfico rodoviário. Adicionalmente, a formação de grandes grupos de gatos favorece o desenvolvimento de doenças contagiosas entre os animais, causando grande sofrimento.

 

   A alimentação de gatos de rua por pessoas que não têm em atenção a limpeza e higiene da via pública tende também a causar queixas. Os restos de comida espalham-se pelo passeio e atraem outras pragas (ratos, baratas, moscas, etc.). Se pretende ajudar uma colónia de gatos da sua área de residência, através da alimentação, tenha em consideração sua vizinhança (humana). Alimente os animais com comida seca, evite restos de comida que podem causar maus cheiros e atrair as pragas. Após a alimentação dos gatos recolha os recipientes onde estes comeram, deixando apenas um recipiente limpo para água.

   A insatisfação com a concentração de gatos na vizinhança pode levar a comportamentos violentos para com os animais, sendo a origem de muitos casos de maus tratos e envenenamentos.

 

Como solucionar os problemas associados à sobrepopulação de “gatos de rua”?

 

   Na Onde há Gato não há Rato acreditamos que a solução para o problema dos gatos de rua passa, acima de tudo, pela educação da população no respeito pelos animais, pela prevenção do abandono e pela diminuição da sobre-população de gatos no espaço urbano.

 

   Para além de procurarmos desenvolver acções de sensibilização junto da população (cujos resultados serão apenas visíveis a longo prazo) desenvolvemos dois programas que procuram ajudar a resolver, de forma mais imediata, o problema da sobrepopulação de gatos: o projecto CED (Capturar, Esterilizar e Devolver) e o projecto CEI (Capturar, Esterilizar e Integrar).

   Para entender estes dois programas, é necessário compreender os diferentes tipos de gatos que circulam nas ruas das nossas cidades e a forma como as suas diferenças justificam diferentes tipos de actuação.

 

 

O que é um “gato de rua”?

 

   Apesar de pertencerem à mesma espécie, nem todos os gatos têm o mesmo comportamento e nem todos devem ser adoptados como animais de estimação. Na verdade, muitos gatos estão adaptados à vida na rua (num estado semi-selvagem ou assilvestrado) e receiam o contacto com humanos.

   Entre os gatos que vê na rua distinguem-se dois grupos principais: aqueles que têm dono - e passam apenas parte do seu tempo no exterior - e os “gatos de rua” entre os quais se encontram “gatos assilvestrados” e “gatos errantes”. Apesar de não terem dono, os gatos comunitários são frequentemente alimentados por uma ou mais pessoas de uma determinada área. Muitas vezes esse é o único humano do qual se aproximam.

 

 

Qual é a diferença entre um “gato assilvestrado” e um “gato errante”?

 

   Um gato errante é um gato que se perdeu ou foi abandonado e está habituado ao contacto com humanos. Muitos destes gatos têm dificuldade em adaptar-se à vida na rua.

 

   Um gato assilvestrado nasceu na rua (filho de um gato errante ou assilvestrado) não tendo sido sociabilizado. Este tipo de gato receia o contacto com pessoas, tendendo a fugir e esconder-se com a aproximação de alguém.

 

   Os gatos errantes podem vir a reencontrar as suas famílias (no caso de se terem perdido) ou a encontrar novos lares. Os gatos assilvestrados, por sua vez, muito dificilmente se adaptarão à vida de “animal doméstico”, em contacto próximo com pessoas.

 

   Note-se também que existem gatos errantes que são meigos, mas estão habituados à vida em liberdade, na rua. Confinar este tipo de gato a uma casa ou apartamento não será melhor opção na maior parte dos casos, uma vez que a mudança de ambiente causará grande ansiedade ao animal (embora existam excepções).

 

 

 

 

 

Onde e como vivem os “gatos de rua”

(errantes e assilvestrados) ?

 

   O grupo dos Felidae, ao qual pertencem os gatos, é formado por predadores solitários que, com a excepção dos leões, não vivem em grupos socialmente estruturados. No entanto, embora os seus antepassados selvagens sejam animais solitários, o comportamento do Felis catus (o nosso “gato doméstico”) é variável, dependendo essencialmente da densidade populacional de gatos e da disponibilidade de alimento.

 

   O gato tem provado ser uma espécie altamente adaptável. Embora mantenha a sua raiz de caçador solitário, este pode adaptar-se à vida em grupo em diversas situações (quer naturais, quer artificiais). Em liberdade, os gatos podem ter um modo de vida solitário ou integrar uma colónia. Estas são normalmente formadas por pequenos grupos de fêmeas. A colónia ocupa e defende um determinado território onde há alimento disponível e abrigo. Ligação para a vida social do gato.

   No espaço urbano, as colónias tendem a crescer excepcionalmente, causando sobre-população e os problemas que lhe estão associados.

Se pretende adoptar, dê prioridade aos animais que foram abandonados e não conseguem sobreviver sozinhos na rua (gatos errantes).

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